A alta nos materiais de construção em 2020 puxou o custo do setor e consequentemente elevou o preço dos materiais básicos para reformar ou construir. A pandemia fez com que as pessoas ficassem mais em casa e pensassem em algumas pequenas reformas, sendo assim, aumentou a demanda do mercado e os preços dos materiais subiram.
Outro fator foi a escassez de oferta de materiais pela limitação de mão de obra nas indústrias que estavam operando com escala reduzida devido à pandemia. Com isso, o mercado ficou pressionado e os preços foram elevados.
O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado essa semana, na terça-feira (12) pelo IBGE, registrou em 2020, 10,16%. A alta esse ano foi de 6,13 ponto percentual maior em relação a 2019 (4,03%). Segundo o IBGE, foi a maior taxa da série com desoneração, iniciada em 2013. Apenas em dezembro de 2020, o índice subiu 1,94%. Em dezembro de 2019, o resultado foi de 0,22%.
O Sinapi mede o custo nacional para o setor habitacional por metro quadrado, que passou para R$ 1.276,40 em dezembro, sendo R$ 710,33 relativos aos materiais e R$ 566,07 à mão de obra. Em novembro, o custo havia sido de R$ 1.252,10.
Desde julho do ano passado os materiais de construção tem subido de forma mais acentuada. Em 2020 houve a maior variação mensal em dezembro: 3,39%, sendo 3,52% pontos percentuais maior que dezembro de 2019 (-0,13%).
Outra parte que mede o Sinapi, a mão de obra ficou sob controle e registrou taxa de 0,18%, leve queda de 0,41 ponto percentual em relação à taxa de dezembro de 2019 (0,59%).
Conforme noticiado pelo MT Econômico no decorrer de 2020, alguns materiais tiveram altas expressivas. O aço por exemplo aumentou 60% e os cabos elétricos 90%, segundo pesquisa da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC). Veja mais aqui.
A alta acumulada em 2020 foi de 17,28% nos materiais, enquanto a parcela do custo com mão de obra atingiu 2,33%. Em 2019, a parcela dos materiais fechou em 4,54% e a mão de obra, em 3,47%.
Regiões
Influenciada pela alta significativa na parcela dos materiais, a região Nordeste apresentou a maior variação regional em dezembro (2,37%) e o maior resultado acumulado em 2020 (12,50%). Nas demais regiões, os resultados foram: 1,75% (Norte), 1,69% (Sudeste), 2,27% (Sul) e 1,35% (Centro-Oeste).
Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.289,71 (Norte); R$ 1.201,17 (Nordeste); R$ 1.319,86 (Sudeste); R$ 1.335,31 (Sul) e R$ 1.260,87 (Centro-Oeste). Roraima ficou com a maior taxa para o último mês do ano, com 3,41%. No acumulado do ano, a Bahia ficou com a maior taxa, 17,08%, registrando também a maior taxa no acumulado da parcela dos materiais, 28,09%.
Redução de juros financiamentos imobiliários
O aumento de financiamentos imobiliários em 2020, devido à queda na taxa de juros Selic, revisou para baixo as taxas do crédito imobiliário. Isso também foi determinante para o setor ficar aquecido. Desde o ano passado, diversas construtoras eliminaram estoques e já estão lançando alguns empreendimentos novos no mercado. Isso deve se intensificar entre 2021 e 2023, na avaliação do MT Econômico.